domingo, 16 de agosto de 2009

LEMBRANÇAS QUE AFAGAM





















O odor singular enche o ambiente,
Levando-me a utilizar todos os sentidos de meu corpo
Como se real fosse esse momento.


Não, não resisto! Porque se me contivesse
Perderia aquilo que me sustenta e me acolhe.
É um sentimento que transcende,
Um espetacular minuto envolvente
Que me faz forte para prosseguir e chegar ao topo
Sem me perder, retroceder, ou ser levado ao vento.


A cumplicidade entre nós me traz saudade!
Duas almas em uma, sim, completas em lealdade.
Se triste, seu sorriso e carinho eram como um banho quente.
Se me sentia acuado, você era meu monte seguro.
Pelo olhar já sabíamos o que se passava na mente.
Os simples gestos demonstravam o sentimento fiel e puro.


Ah, meu amor, se possível fosse mudar o destino!
Toda distância seria pequena para te encontrar;
Nenhum obstáculo seria suficiente para me parar;
Qualquer boca maldita seria pouco para me desencorajar.


Mas quem pode intervir nas linhas traçadas do Divino?
Quem pode uma página escrita modificar?
Ou inocentes manchas de sangue apagar?
Resta apenas deixar que tais lembranças venham me afagar!


Sim, me afaguem, por favor! Inconformado ser que me tornei!
Quem dera ao menos pudesse mudar o que em mim se fez,
O coração ferido muito influencia meu jeito, eu sei.
Transtornado e avoado sim; duro, insensível, talvez.
Não posso, porém, esquecer-me daqueles que aqui ainda estão.
Como me arrependeria se tarde demais valorizasse o amor presente!
Consolo maior na angustia são todos que me deram a mão.
Não se importam se molho seus ombros, mas me faço ausente.


Minha alma estremece mesmo rodeada de tanta compreensão.
Talvez o tempo possa levar consigo alguma dor, quem sabe?
Deixando-me recordar de tudo sem tristeza, mas com sorriso são,
Com esperança de reviver e receber, ainda, o que do céu me cabe.

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